terça-feira, 29 de agosto de 2017

EM RURÓPÓLIS: CONTINUA MOVIMENTO DE PROTESTO NA RODOVIA BR-230 (TRANSAMAZÔNICA)



Manifestantes dizem que vão permanecer com o protesto pelo tempo que for necessário
Filas de carretas se formam nos dois lados da interdição

NOSSOS REPÓRTERES VISITAM O LOCAL ONDE A RODOVIA TRANSAMAZÔNICA FOI INTERDITADA POR MANIFESTANTES NA SAÍDA DA CIDADE DE RURÓPOLIS >>> A cidade de Rurópolis é um marco do Plano de Integração Nacional, lançado no final da década de 1960, no governo Médice, uma estratégia para ocupar a Amazônia e proteger o Brasil de eventuais manobras de ocupação estrangeira. Hoje, com mais de quarenta anos de existência e com população estimada em cerca de 45 mil habitantes, Rurópolis não chega nem à sombra do que deveria ser. Primeiro, o tal desenvolvimento deveria ser assegurado pelas duas maiores rodovias federais desta parte do país: Transamazõnica e a BR-163, que, na verdade, nunca foram concluídas. E para Rurópolis sobraram os problema sociais e de infraestrutura, que não são poucos. O mais antigo deles é a poeira. De todas as agrovilas existentes na região, Rurópolis está entre as que não têm pavimentação no trecho urbano da sua rodovia federal. E aqui passam as duas. Para o lado que leva a Santarém, você sai da cidade e entra no trecho asfaltado. Já para os lados que vão para Itaituba e Altamira, o asfalto está bem distante. Foi o que motivou um protesto iniciado ao meio-dia do último domingo (27). Um grupo de moradores de comunidades e da sede do município se organizou e montou um tipo de barricada em um ponto da rodovia a menos de três quilômetros da entrada de Rurópolis.
Adailton Rocha e Edmilson Francisco estão entre os manifestantes. O primeiro é morador do bairro Leitoso, zona periférica de Rurópolis, e defende a manifestação por entender que a cidade está sendo duramente castigada por um problema que já deveria ter sido resolvido há muito tempo. Edmilson diz que “o protesto vai permanecer pelo tempo que for necessário”. “Se for o caso, nós vamos sair daqui e fechar a saída da BR-0163 no rumo de Santarém. O que nós queremos é que o governo olhe pra nós”, adianta.
O movimento de protesto já conseguiu apoio dos movimentos sociais e do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, o Sintraf, representado pela secretária geral Rosilene Barros. O movimento reivindica pavimentação de apenas dez quilômetros da rodovia. O objetivo dos manifestantes é contemplar a frente da cidade, que está invadida pela poeira.
Cartão postal de Rurópolis é invadido pela poeira
A Câmara de Vereadores e a Prefeitura do município foram comunicadas oficialmente da manifestação e também estão apoiando na logística. O chefe de gabinete da Prefeitura, Demival Aleixo, diz que vários manifestos solicitando obras de pavimentação no trecho em questão já foram encaminhados, tanto para o governo federal quanto para o Estado, mas, até o momento, não houve nenhuma resposta.
PRF no local da manifestação
A Polícia Rodoviária Federal foi acionado para o local, onde do protesto, onde o clima permanece pacífico. A passagem está sendo interditada em intervalos de seis horas, com a possibilidade de ampliar esse tempo. No final da tarde de segunda-feira, depois de trinta horas de manifestação, a passagem foi liberada, para ser novamente interrompida uma hora e meia depois. Já foi decidido entre os manifestantes que o protesto vai continuar, até que eles consigam alguma resposta.
Mauro Torres - Com apoio de Dioney Alves e Arlyson Souza

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