Manifestantes dizem que vão permanecer com o protesto pelo tempo que for necessário |
Filas de carretas se formam nos dois lados da interdição |
NOSSOS REPÓRTERES VISITAM O LOCAL ONDE A RODOVIA TRANSAMAZÔNICA FOI INTERDITADA POR MANIFESTANTES NA
SAÍDA DA CIDADE DE RURÓPOLIS >>> A cidade de Rurópolis
é um marco do Plano de Integração Nacional, lançado no final da década de 1960,
no governo Médice, uma estratégia para ocupar a Amazônia e proteger o Brasil de
eventuais manobras de ocupação estrangeira. Hoje, com mais de quarenta anos de
existência e com população estimada em cerca de 45 mil habitantes, Rurópolis
não chega nem à sombra do que deveria ser. Primeiro, o tal desenvolvimento
deveria ser assegurado pelas duas maiores rodovias federais desta parte do
país: Transamazõnica e a BR-163, que, na verdade, nunca foram concluídas. E
para Rurópolis sobraram os problema sociais e de infraestrutura, que não são
poucos. O mais antigo deles é a poeira. De todas as agrovilas existentes na
região, Rurópolis está entre as que não têm pavimentação no trecho urbano da
sua rodovia federal. E aqui passam as duas. Para o lado que leva a Santarém,
você sai da cidade e entra no trecho asfaltado. Já para os lados que vão para
Itaituba e Altamira, o asfalto está bem distante. Foi o que motivou um protesto
iniciado ao meio-dia do último domingo (27). Um grupo de moradores de
comunidades e da sede do município se organizou e montou um tipo de barricada
em um ponto da rodovia a menos de três quilômetros da entrada de Rurópolis.
Adailton Rocha e
Edmilson Francisco estão entre os manifestantes. O primeiro é morador do bairro
Leitoso, zona periférica de Rurópolis, e defende a manifestação por entender
que a cidade está sendo duramente castigada por um problema que já deveria ter
sido resolvido há muito tempo. Edmilson diz que “o protesto vai permanecer pelo
tempo que for necessário”. “Se for o caso, nós vamos sair daqui e fechar a
saída da BR-0163 no rumo de Santarém. O que nós queremos é que o governo olhe
pra nós”, adianta.
O movimento de
protesto já conseguiu apoio dos movimentos sociais e do Sindicato dos Trabalhadores
da Agricultura Familiar, o Sintraf, representado pela secretária geral Rosilene
Barros. O movimento reivindica pavimentação de apenas dez quilômetros da
rodovia. O objetivo dos manifestantes é contemplar a frente da cidade, que está
invadida pela poeira.
Cartão postal de Rurópolis é invadido pela poeira |
A Câmara de
Vereadores e a Prefeitura do município foram comunicadas oficialmente da
manifestação e também estão apoiando na logística. O chefe de gabinete da
Prefeitura, Demival Aleixo, diz que vários manifestos solicitando obras de
pavimentação no trecho em questão já foram encaminhados, tanto para o governo
federal quanto para o Estado, mas, até o momento, não houve nenhuma resposta.
PRF no local da manifestação |
A Polícia Rodoviária
Federal foi acionado para o local, onde do protesto, onde o clima permanece
pacífico. A passagem está sendo interditada em intervalos de seis horas, com a
possibilidade de ampliar esse tempo. No final da tarde de segunda-feira, depois
de trinta horas de manifestação, a passagem foi liberada, para ser novamente
interrompida uma hora e meia depois. Já foi decidido entre os manifestantes que
o protesto vai continuar, até que eles consigam alguma resposta.
Mauro Torres - Com apoio de Dioney Alves e Arlyson Souza
Mauro Torres - Com apoio de Dioney Alves e Arlyson Souza
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